Quem lê a Teologia Sistemática de Charles Finney tem a impressão de estar diante de um Aristóteles ou de um Emanuel Kant. E não está de todo errado; ele foi um pensador de inigualáveis pendores. Com raríssima maestria, utilizou-se das ferramentas da filosofia, a fim de expor as verdades acerca do Deus Único e Verdadeiro. Eis por que Finney é considerado o maior teólogo desde os tempos apostólicos. O que muita gente não sabe, porém, é que esse gigante do pensamento foi um místico apaixonado pelo Senhor.
Finney era profundamente espiritual, mas jamais colocou a sua espiritualidade acima das Sagradas Escrituras. Toda a sua experiência passava necessariamente pelo crivo da Palavra de Deus. Em nada assemelhava-se aos místicos da Idade Média que se punham acima da Bíblia. Sua espiritualidadetinha equilíbrio, possuía moderação e era temperados pela sã doutrina. Não era fanático. Fervoroso de espírito, tinha um arrebatado amor pelas almas.
Antes de nos pormos a ler a Teologia Sistemática de Finney, tenhamos em mente os seguintes pontos:
A teologia de Finney não é meramente sistemática; é ampla; sua abrangência, às vezes, é surpreendente e desconcertante. Isto não significa que Finney seja especulativo; ele simplesmente não tem medo de levantar possibilidades. Neste sentido, foi muito mais ousado que Calvino.
A teologia de Finney não é dogmática; é amorosamente ortodoxa e bíblica; jamais se distancia da Palavra de Deus. Se não a entendemos de imediato é porque o autor, ao contrário de nós, sabia como entranhar-se nos mistérios divinos. Teria ele, em sua experiência pentecostal, ouvido coisas que ao comum dos mortais não é lícito referir?
A teologia de Finney não é calvinista nem arminianista; é bíblica. Ele fala da predestinação, da reprovação e da eleição com a liberdade que lhe propicia o Novo Testamento. É um pentecostal transitando com desenvoltura pelo terreno das maravilhosas verdades da salvação.
A teologia de Finney é acadêmica, mas não é hermética. É um genial pensador discorrendo sobre Deus. A linguagem é difícil, mas não intricada. O estilo é complexo, mas não indevassável. É uma obra que exige reflexão e paciência. Através desta obra, teremos condições de compreender melhor os mistérios de Deus e o seu plano redentivo.
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